Use este identificador para citar ou linkar para este item:
https://repositorio.pucsp.br/jspui/handle/handle/30938| Tipo: | Tese |
| Título: | A vivência comum dos afetos: arte, biopotência e servidão biodiaconal |
| Título(s) alternativo(s): | Common experiences of affections: art, biopotency and biodiaconal servitude |
| Autor(es): | Oliveira, José Carlos de |
| Primeiro Orientador: | Sawaia, Bader Burihan |
| Resumo: | A questão da liberdade e da servidão sempre foi um tema tratado pela filosofia política, nesta pesquisa, porém, tal questão será abordada, principalmente, em relação à ética, à política e à estética. Com efeito, a criação artística pode ser uma estratégia ético-política libertadora, mas pode se tornar também um instrumento usado para manter o indivíduo e a coletividade na subserviência. Quando favorecer a liberdade, a arte estará a serviço da biopotência, quando for utilizada para reforçar a servidão e a passividade, estará a serviço da biodiaconia. A fundamentação teórica dos conceitos de biopotência e biodiaconia se ancora, principalmente, em Foucault, Spinoza e em Vigotski. Ao tratar da capacidade do ser humano de perseverar na existência, da relação corpo e mente, da dinâmica afetiva – que pode tanto aumentar quanto diminuir a potência do corpo de agir e da mente de refletir – e da imaginação como algo inerente à existência humana, Spinoza apresenta alguns parâmetros importantes para o desenvolvimento da arte como estratégia de resistência. Do mesmo modo, Vigotski contribui para o desenvolvimento do conceito de biopotência, sobretudo quando trata da vivência comum dos afetos, da catarse, da criatividade e da relação dialética entre o indivíduo e a coletividade. De Foucault, os principais conceitos inspiradores para nossa abordagem da biodiaconia são: biopolítica, biopoder e as técnicas de governo de si e dos outros. Em se tratando do aspecto empírico, algumas entrevistas foram realizadas com profissionais que trabalham em diferentes atividades, mas também atuam no teatro, na dança e na música. Os relatos feitos pelos entrevistados demonstram que existe uma relação dialética entre a biodiaconia e a biopotência, pois a vivência dos afetos no processo de criação artística confronta as vivências afetivo-volitivas no ambiente de trabalho. Nos processos de criação, verifica-se um aumento da potência de vida, porém, no ambiente de trabalho, a biodiaconia, em seu afã de conformar o corpo e à mente às estruturas já existentes, termina por coibir os movimentos de transformação. Deste modo, há uma contradição entre o que é vivido na arte e o que se vive, cotidianamente, no contexto institucional. Com efeito, quando a arte se torna capaz de fortalecer o comum, em vez de produzir apenas um efeito estético, produz também estratégias de ação ético-políticas. Ao ser capaz de unir a todos na busca do útil comum, a arte coopera para o aumento do esforço comum de perseverar na existência. Neste sentido, o teatro, a dança e a performance, ao produzirem emoções mais fortes e contrárias daquelas produzidas pela dinâmica biodiaconal, se transformam em estratégias de resistência ativa. Por outro lado, quando essas práticas artísticas se tornam apenas lugares de contágio das emoções ou mero entretenimento, então, reforçam a servidão e não a liberdade, de maneira a diluir, dispersar ou coibir a potência transformadora da vida |
| Abstract: | The issue of freedom and servitude has always been a theme addressed by political philosophy. Nevertheless, in this research, such matter is approached, mainly, regarding the fields of ethics, politics, and esthetic. In effect, the artistic creation can be a freeing ethical-political strategy, but it can also become an instrument used to keep both the individual and the collective in a position of subservience. When favoring freedom, art is at the service of biopotency, when used to reinforce servitude and passivity, it is at the service of biodeaconry. The theoretical ground for the concepts of biopotency and biodeaconry anchors itself, mainly, in Foucault, Spinoza and Vygotsky. By addressing the human being capacity of persevering in existence, the relationship between body and mind, the affective dynamics - which can both increase or decrease the body power to act and the mind power to reflect - and imagination as something inherent to human existence, Spinoza presents some important parameters to the development of art as a resistance strategy. Likewise, Vygotsky has contributed to the development of the concept of biopotency, especially when he discusses the common experience of affections, the catharsis, the creativity, and the dialectical relationship between the individual and the collectivity. From Foucault, the main inspiring concepts towards our biodeaconry approach are: biopolitics, biopower and government techniques, both from oneself and others'. Regarding the empirical aspect, some interviews were held with professionals who work in different activities, but also perform in theater, dance, and music. The accounts presented by interviewees have shown that there is a dialectical relationship between biodeaconry and biopotency, given the fact that experiencing affections in the process of artistic creation confronts the affective-volitional experiences in the workspace. In creation processes, an increase in the power of life is observed, however, in the workspace, the biodeaconry, in its eagerness to conform body and mind to the existing structures, restrains transformation movements. In this sense, there is a contradiction between what is lived in art and what is lived, daily, in the institutional context. Effectively, when art can strengthen the ordinary, instead of producing a mere esthetic effect, it also produces ethical-political strategy actions. By being able to unite everyone in the search of common usefulness, art cooperates towards the increase in a common effort to persevere in existence. In this sense, theater, dance, and performance, by producing stronger emotions, contrary to those produced by the biodeaconry dynamics, transform themselves in active resistance strategies. On the other hand, when these artistic practices become a place of contagion for emotions or mere entertainment, then, they reinforce servitude and not freedom, diluting, dispersing, or restraining the transforming power of life |
| Palavras-chave: | Biodiaconia Biopotência Arte Corpo Imaginação Afetos Ética Política Biodeaconry Biopotency Art Body Imagination Affections Ethics Politics |
| CNPq: | CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIA::PSICOLOGIA SOCIAL |
| Idioma: | por |
| País: | Brasil |
| Editor: | Pontifícia Universidade Católica de São Paulo |
| Sigla da Instituição: | PUC-SP |
| metadata.dc.publisher.department: | Faculdade de Ciências Humanas e da Saúde |
| metadata.dc.publisher.program: | Programa de Estudos Pós-Graduados em Psicologia: Psicologia Social |
| Citação: | Oliveira, José Carlos de. A vivência comum dos afetos: arte, biopotência e servidão biodiaconal. 2022. Tese (Doutorado em Psicologia: Psicologia Social) - Programa de Estudos Pós-Graduados em Psicologia: Psicologia Social da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2022. |
| Tipo de Acesso: | Acesso Aberto |
| URI: | https://repositorio.pucsp.br/jspui/handle/handle/30938 |
| Data do documento: | 8-Dez-2022 |
| Aparece nas coleções: | Programa de Pós-Graduação em Psicologia: Psicologia Social |
Arquivos associados a este item:
| Arquivo | Descrição | Tamanho | Formato | |
|---|---|---|---|---|
| José Carlos de Oliveira.pdf | 1,88 MB | Adobe PDF | ![]() Visualizar/Abrir |
Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.

